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Mercado imobiliário traça cenário promissor para 2021

Prever os caminhos da economia nos próximos meses e anos é um estudo constante que especialistas de diversos setores se prestam a fazer. A pandemia da Covid-19 alterou as atividades econômicas no mundo inteiro por revelar a extrema necessidade de preservar e cuidar da vida. Apesar das muitas perdas, alguns segmentos produtivos conseguiram uma boa evolução no cenário brasileiro, como a indústria de alimentos e a de produtos de higiene. Dentro dessas boas evoluções também está um mercado muito importante para a economia: o imobiliário. E o ano de 2021 deve se apresentar como um período de muito trabalho para que o setor se recupere ainda mais, e com otimismo fortemente presente.

Alguns fatores dão base para a expectativa de que 2021 será um bom ano para o mercado imobiliário. Taxa básica de juros da economia, a Selic é um indicador importante, pois é um componente fortíssimo que influencia o custo do financiamento imobiliário. Atualmente, com a Selic baixa, em 2%, a compra imobiliária passa a ser vista como uma ótima oportunidade de investimento.

“O cenário que eu traço é o do mercado se aprumando cada vez mais. As taxas do crédito imobiliário ainda podem baixar. Acredito que, como a Selic só voltará ao patamar de 5% daqui a dois anos, a taxa do crédito imobiliário só terá interferência daqui a dois anos. Tenho expectativa que os bancos não devem aumentar juros para o crédito imobiliário neste momento”, explicou o presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), Avelar Loureiro.

A sustentação da taxa de juros baixa para o financiamento imobiliário também é destaque para o setor na avaliação do presidente do Sindicato da Habitação de Pernambuco (Secovi-PE), Márcio Gomes. “Além de tornar mais viável e atraente o financiamento à produção para as construtoras e incorporadoras, permite que o imóvel, um bem de valor elevado, seja adquirido através de um financiamento com parcelas menores e que caibam no orçamento familiar, estimulando assim toda a cadeia do mercado imobiliário”.

Para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), a projeção é de crescimento entre 5% e 10% do mercado imobiliário em 2021, ante 2020. A estimativa considera um crescimento em torno de 3,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, avanço de reformas como a administrativa e a tributária, e a manutenção das taxas de juros do financiamento imobiliário em patamares baixos.

Márcio Gomes acredita na boa comercialização de imóveis. “As construtoras, aproveitando o bom momento para o mercado imobiliário, estão lançando novos empreendimentos e o mercado respondendo positivamente com o aumento nas vendas. Esse movimento não tende a ser passageiro e deve durar por um bom período”, analisou.

Outros fatores também se agregam a taxa de juros baixa para tornar o ambiente imobiliário de 2021 otimista. “Em 2021 teremos boas vendas. Começou a vacinação contra a Covid-19 e a economia volta a seu eixo”, pontuou Simón, representante do Sinduscon-PE.

Por outro lado, o economista da Fiepe, Cézar Andrade, avalia o cenário para 2021 de forma mais ponderada. “2021 ainda é incerto porque há uma Selic baixa, mas há uma taxa de desemprego elevada no País e uma previsão do Banco Central de aumentar a Selic para 4%. Como ainda não sabemos quando essa Selic vai aumentar, pode ser que seja em qualquer mês do ano”, moderou o economista.

No entanto, Andrade analisou que o ano começou com cenário positivo para o Índice de Velocidade de Vendas (IVV) dos imóveis, que aponta a quantidade de imóveis vendidos em relação à oferta do mercado.

Novos planos

O ano de  2019 foi de recuperação forte para o segmento e deixou a expectativa de que 2020 seria ainda melhor. No entanto, a pandemia da Covid-19 mudou alguns planos no início de 2020. Mas, a partir do segundo semestre, o setor conseguiu responder de forma positiva. De acordo com levantamento divulgado pela CBIC, as vendas de imóveis residenciais novos no País totalizaram 189.857 unidades em 2020, avanço de 9,8% em comparação com 2019. No quarto trimestre de 2020, as vendas chegaram a 57.968 unidades, alta de 6,7% ante o mesmo intervalo de 2019, e recorde desde o início da pesquisa, em 2016.

“Em 2020 continuamos com um mercado em crescimento, mesmo em meio à pandemia. A taxa de juros caiu e o valor da parcela caiu, então isso se refletiu na busca por imóveis”, explicou Loureiro, da Ademi-PE.

“Tivemos, no ano passado, mudanças de hábito bem radicais, uma demanda reprimida e empreendimentos que foram voltando a ser lançados depois de uma parada. Esperamos que a alta continue sendo tendência”, analisou José Simón, ao complementar que a demanda atual de procura dos imóveis não justifica ainda um aumento no valor dos imóveis.

O IVV também apresentou recuperação em 2020. “Abril e maio foram de queda porque foram os meses mais críticos da pandemia, a construção civil parou e a população ficou receosa em diversos aspectos. Depois que começou a recuperação, o mês de julho já foi crescendo. Ao final, fechou o ano de 2020 com o IVV de 7,8%, um número positivo de recuperação e acima da média histórica, pois desde a criação do índice, em 1997, o maior IVV tinha sido de 7,04%”, explanou o economista da Fiepe, Cézar Andrade. O resultado do IVV em 2020, segundo o economista, foi favorecido pela demanda reprimida e também pela taxa de juros baixa.

*Edição IGSA

*Fonte de pesquisa: https://www.folhape.com.br/especiais/folha-imoveis/mercado-imobiliario-traca-cenario-promissor-para-2021/177698/